Foi a primeira vitória da história da seleção japonesa principal sobre o Brasil. Até hoje, eram 11 vitórias brasileiras e dois empates.
Os gols da seleção foram do lateral-direito Paulo Henrique e de Martinelli, ainda no primeiro.
O Japão aproveitou erros defensivos do Brasil nos primeiros 25 minutos do segundo tempo para reagir: Minamino, Nakamura e Ueda balançaram as redes.
Em um jogo no qual Ancelotti optou por fazer muitos testes, o time se desmanchou na etapa final. Foram oito mudanças nos titulares em relação ao jogo contra a Coreia do Sul.
O lance crucial para o Brasil desandar foi o erro de passe de Fabrício Bruno, dentro da área, que abriu a reação japonesa.
A derrota ofusca um jogo que parecia mágico para Paulo Henrique. O lateral do Vasco abriu o placar e fez seu primeiro gol pelo Brasil em primeira partida como titular.
O Brasil volta a jogar em novembro. A CBF deve confirmar amistosos contra Senegal e Tunísia, em Londres e Paris.
O que deu certo no amistoso
A seleção encarou um Japão melhor que a Coreia. Mais organizado e também com marcação mais firme.
No desenho do primeiro tempo, Brasil achou espaço em uma dedicada linha de cinco defensiva japonesa, que buscava jogadores de velocidade para tentar machucar o Brasil.
Foi importante para o Brasil ter paciência com a bola no pé, movimentar-se e achar os passes que desmontaram o lado japonês. Daí vieram os gols.
O momento de brilho do lateral
Paulo Henrique já chama a atenção no futebol brasileiro por ser um colosso fisicamente. O avanço ao ataque foi letal para o Japão depois de uma troca de passes primorosa entre Paquetá e Bruno Guimarães.
Desde 2012 um jogador do Vasco não marcava pela seleção brasileira — o último fora o volante Rômulo, contra a Argentina.
Paulo Henrique foi chamado de última hora com o corte de Wesley e o gol embola ainda mais a disputa por uma vaga na posição. A concorrência ainda tem Vitinho e Vanderson.
O eixo da seleção
Bruno Guimarães, inclusive, foi mais uma vez fundamental. Ele já tinha dado um passe absurdo para o gol de Estêvão contra a Coreia e repetiu a dose com PH.
Ao lado de Casemiro, o volante formou o eixo que se manteve em relação ao jogo passado. Vini Jr. foi outro titular nas duas partidas.
A impressão é que Ancelotti vai testando suas opções enquanto mantém Casemiro e Bruno Guimarães como centro do sistema solar da seleção.
Quando Bruno Guimarães saiu, o time se desmanchou de vez.
O colapso defensivo
O início da reação japonesa veio com um lance bizarro de Fabrício Bruno. Com a bola dominada na área, ele se desequilibrou diante da pressão japonesa e entregou a bola no pé de Minamino. Fatal.
O empate do Japão nasceu de um cruzamento. A bola foi nas costas de Paulo Henrique, que precisou fechar em outro jogador no centro da área. Nakamura bateu de primeira. Fabrício Bruno tentou cortar, mas a bola, que já ia para a direção do gol, espirrou para o fundo das redes.
A virada foi em mais uma bola pelo alto. Ueda ganhou de Beraldo na movimentação. A bola ainda explodiu no peito de Hugo Souza, que não conseguiu defender. Gol japonês.
Três gols sofridos dos seis aos 25 minutos do segundo tempo. A entrada de Ito, no lado japonês, também ajudou o Japão a brilhar no segundo tempo e ressaltou a dificuldade defensiva que Carlos Augusto teve, mesmo quando tinha que marcar só Doan.
Quem mais foi testado
A queda de desempenho do Brasil também se deu pela perda de fluência gerada pelas substituições.
Joelinton entrou mal. Cunha e Rodrygo não acrescentaram muito. A leva com Estêvão, Richarlison e Caio Henrique já foi no desespero, depois da virada, esperando alguma mudança de cenário de um time que também pareceu sentir o impacto psicológico das falhas individuais e coletivas.
Foi a segunda derrota da seleção brasileira com Carlo Ancelotti. Desta vez, não houve altitude para afetar a atuação, como aconteceu diante da Bolívia.
Ficha técnica
Japão 3 x 2 Brasil
Local: Estádio Nacional de Tóquio (JAP)
Data/Hora: 14/10/2025, às 7h30 (de Brasília)
Árbitro: Kim Jong-hyeok (COR)
Assistentes: Kyun-Yong Park e Jang Jong-Pil (COR)
Cartões amarelos: Doan (JAP); Estêvão (BRA)
Gols: Paulo Henrique, 25'/1ºT (0-1); Martinelli, 31'/1ºT (0-2); Minamoto, 6'/2ºT (1-2); Nakamura, 16'2ºT (2-2); Ueda, 25'/2ºT (3-2)
Japão: Zion Suzuki, Taniguchi, Watanabe e Junnosuke Suzuki; Sano, Kamada (Ogawa), Minamino (Tanaka) e Doan (Machino); Kubo (Ito), Nakamura (Soma) e Ueda. Técnico: Hajime Moriyasu
Brasil: Hugo Souza, Paulo Henrique, Fabrício Bruno, Beraldo e Carlos Augusto (Caio Henrique); Casemiro, Bruno Guimarães (Joelinton) e Lucas Paquetá (Richarlison); Luiz Henrique (Estêvão), Martinelli (Matheus Cunha) e Vini Jr (Rodrygo). Técnico: Carlo Ancelotti
Fonte: Uol

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