Após restauração, Igreja Matriz de Muqui será reaberta neste sábado (14)

A data marca não apenas a conclusão de uma etapa de importantes obras estruturais, mas também a realização de um sonho aguardado com fé pela comunidade paroquial

Após três meses de intensos trabalhos de restauração, a histórica Igreja Matriz de São João Batista, localizada no centro de Muqui, será reaberta neste sábado, 14 de junho, às 7h, com uma solene Celebração Eucarística presidida pelo pároco local, padre Enildo Genésio de Souza. A data marca não apenas a conclusão de uma etapa de importantes obras estruturais, mas também a realização de um sonho aguardado com fé pela comunidade paroquial.

"Vamos reabrir a Matriz, São João Batista, a grande notícia que nós estávamos esperando. Um sonho! Foram três meses de obra. Seguimos todas as orientações e laudos. Restauramos o telhado, o estuque, a escada e os lustres, que estavam condenados. É uma igreja histórica e tomada pela Secretaria Municipal e Estadual de Cultura. Com a anuência da SECULT, realizamos todos esses reparos sozinhos. Hoje (13/06) é o dia da limpeza final e amanhã (14/06) faremos a tão esperada abertura da igreja", afirmou com emoção o padre Enildo.

A igreja havia sido interditada no dia 21 de março de 2025, após laudo técnico apresentado por uma arquiteta e um engenheiro civil constatarem comprometimentos na estrutura que sustentava o teto. Parte da madeira havia sido consumida por cupins, além de infiltrações e rachaduras nas paredes. A interdição foi uma medida preventiva, anunciada pela paróquia em suas redes sociais.

Com a interdição, todas as atividades litúrgicas foram transferidas provisoriamente para o salão paroquial. Paralelamente, a paróquia buscou apoio junto à SECULT (Secretaria da Cultura do Governo do Espírito Santo), já que, apesar de não ser tombada, a igreja faz parte do Sítio Histórico e Paisagístico de Muqui, e possui reconhecido valor histórico, artístico e religioso.

Patrimônio histórico e artístico

De arquitetura eclética, a Igreja Matriz de São João Batista encanta pela riqueza dos detalhes. Internamente, destacam-se os vitrais doados por famílias tradicionais de Muqui e os altares em mármore de carrara. A capela-mor é ornamentada com belíssimas pinturas do italiano Giuseppe Irlandi.

Entre os destaques artísticos, está a reprodução da obra "A Decapitação de São João Batista", inspirada em Giambattista Tiepolo, e outras duas importantes representações: "João repreende Herodes", de Giovanni Fattori, e "O Batismo de Jesus", de Corrado Giaquinto. A imagem do Divino Espírito Santo, suspensa no teto da cúpula, foi modelada pelo arquiteto russo Waldemir Bogdanoff, especialista em tetos pesados, que também assinou a Matriz de Santa Rita de Cássia, na Praia do Canto.

O sino, instalado em setembro de 1951, e os vitrais - produzidos em São Paulo e no Rio de Janeiro - completam o conjunto arquitetônico e espiritual que tanto orgulha os muquienses.